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Comissão do Senado aprova projeto que facilita implantação de PCHs

04.04.2014

O Enquanto a torcida por chuvas sobre os reservatórios das hidrelétricas aumenta a cada dia, o Brasil mantém uma potência de cerca de 90 megawatts (MW) desligada em estabelecimentos comerciais e industriais. O cálculo é da Associação Brasileira das Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), que levantou a ociosidade em plantas de cogeração de energia no país. Em carta enviada ontem ao Ministério de Minas e Energia (MME), a entidade pede a inclusão dos projetos entre as usinas qualificadas para participar do leilão de energia existente, que será realizado no fim do mês. "No contexto atual, temos algumas unidades de geração distribuída paralisadas ou gerando abaixo de sua capacidade nominal, que poderiam ser aproveitadas no Leilão A-0, de 2014", diz o documento, entregue ao secretário de petróleo, gás natural e combustíveis renováveis do MME, Marco Antônio Martins Almeida. A conta inclui unidades geradoras de estabelecimentos comerciais ou unidades fabris, que poderiam iniciar as operações no curto prazo, explica o presidente da entidade, Augusto Salomon. Há hoje, no país, 74 usinas de cogeração, com capacidade instalada de 450MWmédios. Deste total, 90MWestão disponíveis, por decisão dos empreendedores. Alguns projetos têm operado apenas no horário de ponta, quando a indústria paga mais caro pela energia comprada das distribuidoras. Segundo a Abegás, seriam necessários apenas 540 mil metros cúbicos por dia de gás para atingir essa potência. Volume que, de acordo com Salomon, as distribuidoras já têm contratado junto à Petrobras. "As distribuidoras já têm esses volumes em seus contratos de suprimento com a Petrobras", diz Salomon. Marcado para o dia 25 de abril, o leilão A-0 tem por objetivo reduzir a exposição das distribuidoras de eletricidade ao mercado de curto prazo, que vem operando com o preço teto de R$ 822,23 por megawatt-hora (MWh). As regras do leilão prevê em entrega da energia a partir do dia 1º de maio, o que restringe a concorrência a usinas já em operação no país. O mercado estima que sejam necessários 3,3 mil MW para cobrir os contratos das distribuidoras. Para especialistas, boa parte da oferta deve vir de térmicas da Petrobras que estão sem contrato atualmente. Furnas e Eletronorte também teriam volumes sem contrato para oferecer no leilão, informou ontem o diretor Financeiro de Relações com Investidores da estatal, Armando Casado. Salomon defende a geração distribuída como alternativa, alegando que os projetos são mais eficientes do que térmicas convencionais e estão próximos aos centros de consumo. A Abegás, porém, reconhece que seriam necessárias alterações nas regras apresentadas para que a proposta seja acatada. Uma das principais seria a mudança nos prazos contratuais - que terão vigência até o fim de 2019, segundo as regras divulgadas na semana passada-flexibilizando- os de acordo com os contratos de suprimento das distribuidoras de gás canalizado.

Autor: CANAL ENERGIA

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