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Racionamento pode gerar perdas de até R$ 28,7 bi

25.04.2014

O racionamento de energia provocaria perda de até R$ 28,7 bilhões aos geradores e forçaria um aumento de até 10,2% nas tarifas de energia para evitar que as distribuidoras quebrassem. Estas são algumas das conclusões de realizado pela agência de classificação de risco de crédito Moody's. "O setor elétrico terá um ano de 2014 muito difícil, com o preço spot alto, coma exposição involuntária das distribuidoras ao mercado spot e com o despacho térmico elevado", afirmou o vice-presidente e analista sênior da Moodys, José Soares. O estudo da Moody's mostra que o tamanho das perdas dependerá da posição contratual dos geradores e do porte do racionamento. A perda de R$ 28,7 bilhões e o reajuste de 10,2% das tarifas consideram que o corte na demanda será de 20% por um período de 12 meses. Se a redução compulsória no consumo for de 5% por sete meses, o prejuízo dos geradores seria de R$ 7,5 bilhões e a conta de luz subiria 1,5%. Para calcular esses números, a Moody's considerou que o racionamento obrigaria os geradores a comprar energia no mercado à vista para compensar o déficit na geração hidrelétrica, quando a energia produzida fica abaixo da energia assegurada das usinas - no jargão do setor elétrico, isso é conhecido como GSF inferior 1. No cenário de racionamento de energia de 5% por sete meses, o GSF seria de 97,2%, ou seja, o déficit seria 2,8%, gerando perda de R$ 7,5 bilhões a ser paga pelos geradores. Se o corte do consumo for de 20% por 12 meses, o GSF seria de 90,4% (9,6% de déficit), gerando o prejuízo de RS 28,7 bilhões. Essa perda, no entanto, não seria absorvida igualmente pelos geradores. Soares disse que as empresas com energia descontratada terão menos perdas em um eventual racionamento, justamente por terem que comprar menos oferta no mercado para compensar o déficit na produção hidrelétrica.

Autor: JORNAL DO COMMERCIO (RJ)

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